quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

ME CHAMO ÁGUA

Eu já fui Nilo, já fui Tigre e Eufrates, corri pelo Ganges, pelo Jordão. Era soberana no Amazonas, no Araras, tempos fartos como outrora não existe mais...
Quem me dera rebobinar a fita, voltar a ser livre, auto-suficiente...Agora não, sou restrita, exclusa e trancafiada. No mundo subdesenvolvido, cerca de 50% da população me consome poluída. A mesma raça que me extermina é a que divulga uma nota com uma previsão de que até 2050, aproximadamente 45% da população não terá a quantidade mínima de minha alma para sobreviver.
Eu já fui o velho Chico, já fui Negro e Solimões, já fui Paraguai, hoje eu sou um cadáver na sua torneira, as pedrinhas nos seus rins e a  desidratação do seu corpo.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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