terça-feira, 29 de setembro de 2015

OLHOS NEGROS

Nem verdes, nem azuis,
Olhos negros que me seduz.
Cafuzo, índio e negro,
"India seus cabelos,
Nos ombros caídos,
Negros como a noite que não tem luar".
Que me perdoem os eurocentricos de plantão,
Deus fez as cores para à miscigenação,
Assim como a natureza colorida,
Embeleza nossas vidas.
A única raça, a humana,
Alvejando tiros ou amando na cama,
Fico com a segunda opção,
Te amar sem condição,
Apenas sorrisos recíprocos,
Em beijos e abraços tremidos.
Dane-se os sheiks árabes e seus haréns,
Dane-se a ostentação também.
Mulher guerreira, tabajara,
Guerrilheira, Araguaia.
Não rebola até o chão,
Mas, sacudiu meu coração,
Não é dançarina do Faustão,
Mas, ganhou minha atenção,
Intensa tu és como a lua de sangue,
Vejo paz no teu semblante,
Aconchego nos braços teus,
Dedicatória em versos meus.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

VOCÊ É VENCEDOR POR NATUREZA

Em algumas passagens do desenho Alice no País das Maravilhas, os personagens comemoram "um feliz desaniversário", isso me fez fazer um link com as datas comemorativas da humanidade.
O que seria um feliz desaniversário? Ora, todos os dias do ano que você não faz aniversário. Então pensemos: Se um ano tem 365 dias, em precisamente 364 você comemoraria seu desaniversário, e no dia restante você comemoraria seu aniversário. Desta forma você comemoraria o ano todo.
Entretanto, não falo de comemorações com bolos, confetes e bebidas em festas monumentais, falo de comemorar em todas as estações sua existência, procurar sorrir mais e fazer o que lhe agrada, falar do que gosta, e estar com quem você ama, isso sim é comemorar. Dia das mães, dia dos pais, dia do índio, dia do nordestino, dia deste ou daquele profissional, não importa, o que realmente importa é que todo dia é dia, e merece ser comemorado pelo simples fato de você existir, já que para vir ao mundo você já venceu batalhas, como fecundar o óvulo de sua mãe, e sobreviver nove meses antes de nascer.
Para você subsistir tem que matar um demônio por dia nesse mundo apocalíptico, se isso não for motivo para comemorar é porque você já morreu.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

domingo, 27 de setembro de 2015

VERSÃO NOVA PARA ERROS ANTIGOS

Somos dotados de loucura e razão,
Nem sempre amor e compaixão.
A corrida em busca de algo melhor,
Nos torna pior.
Competitivos, agressivos,
Em tudo vemos concorrentes ou inimigos.
Uma versão nova para erros antigos,
Que nos castigam e nos limitam.
Nos cegam, nos fazem chorar,
Por que insistimos em errar?
É da natureza humana? Provavelmente...
Somos a única espécie que se autoextermina diariamente.
Valemos menos que o tênis que calçamos,
Somos reféns dos artigos que compramos.
Consumimos, consumimos, e consumimos,
É sempre assim,
Mas, no fim,
Somos solitários na nossa bela cama,
Na mansão, na poltrona,
Na TV de trocentas polegadas,
A nossa felicidade é falha,
O pretérito não volta não,
O agora escorre por nossas mãos,
Decai tragicamente,
Valorize antes que a flor no túmulo seja o único presente.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O FANTÁSTICO MUNDO MÁGICO DOS ESQUECIDOS

Andar a pé com roupas da feira,
Não é afrodisíaco que excita as fêmeas,
Nem famílias desestruturadas,
Desequilibradas, acabadas.
A TV impõe o padrão do vencedor,
Artigos de luxo sobre rodas e motor,
O aerogerador da pátria amada Brasil,
É respirar atmosfera de nike e fuzil.
A única energia renovável,
É do trabalhador assalariado, escravizado,
Acorda, dorme, acorda, que nem o pai do Cris,
Juventude e saúde se esvai num triz,
Pés rachados, corpo quebrado,
Desdo berço destinado ao fracasso.
Povo sem identidade ou moral,
Política no Brasil também é carnaval,
Ereção que governantes socam no rabo da nação,
E você aí esperando ser hexacampeão.
Não vê que Olimpíadas aumenta o fluxo do turismo sexual,
Das UPPs e do extermínio social.
Um dia vocês verão que dinheiro não se come, é verdade,
Mas, até lá verão que estádio não traz felicidade.
A cerveja toma no copo, o vinho na taça e tu?
Não percebes que políticos estão metendo no seu...?
Alberto Ativista, escritor e poeta.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

NATAL EM GUERRA 1.914

Hoje compartilho com vocês este post do site História Online, que aliás recomendo não só o site, mas o canal do YouTube.
O Natal na batalha do Somme, 1914. Publicado por Daniel
Senhores, um curto post apenas para marcar a data com um fato incrível sob todos os aspectos. A Primeira Guerra Mundial é conhecida como uma guerra que mudou a mentalidade europeia e que enterrou ilusões sobre a superioridade do continente, que enterrou a belle époque. Foi um conflito travado ainda coma mentalidade do séc. XIX, em que se acreditava em conflitos rápidos e pouco sangrentos, definidos em campos de batalha e não afetando civis. O que se viu, no entanto, não foi nada disso. O avanço tecnológico, as metralhadoras, a artilharia pesada e tantas outras inovações transformaram uma guerra que devia ser ágil em uma guerra de trincheiras. Nas trincheiras, vivia-se em meio à lama, aos ratos e doenças, e sob o estresse causado por bombardeios que poderiam durar, em casos absurdos, uma semana seguida. Quando o silêncio se impunha, ficava o medo, a sensação de que um ataque estava a caminho. De início, toda essa selvageria assustou os próprios soldados. E eis que, na noite de 24 de dezembro de 1914, um fato extraordinário ocorre entre as linhas inglesas e alemãs em Ypres, na Bélgica. Ao longo das linhas alemãs, árvores de Natal de repente surgiram, já decoradas, para comemorar a data, pinheiros com velas acessas em seus galhos. Pouco depois era possível ouvir o som das vozes dos soldados alemães cantando. Os soldados aliados passaram também a cantar e, não se sabe bem como, alguém criou coragem e saiu de sua trincheira. Ocorreu então o incrível: nenhum tiro foi disparado e, aos poucos, alguns soldados mais ousados seguiram o exemplo e passaram a ocupar a terra-de-ninguém, o espaço de morticínio que dividia as linhas inimigas no dia-a-dia da guerra. A noite transcorreu com algumas conversas e felicitações. No dia seguinte, 25, o Natal foi comemorado plenamente, com soldados visitando as trincheiras inimigas e trocando presentes dentro do possível (tabaco, em muitos casos). Há relatos também de partidas de futebol. O alto oficialato logo ficou preocupado com o que isso poderia significar em relação à disciplina e à consciência, entre os soldados, de que eles, de baixas patentes, eram muito mais parecidos do que diferentes e travavam uma guerra que não era sua. No dia 26 tudo voltou ao normal, os tiros prosseguiram e a guerra se arrastou por mais quase 4 anos. Mas, por uma noite e um dia, ainda no começo do conflito, os soldados recusaram a lógica assassina do conflito e preferiram celebrar em conjunto. Dá muito o que pensar, seja você religioso ou não, a respeito de como o ser humano pode ir de um extremo a outro em muito pouco tempo, e sobre como somos capazes, às vezes, de gestos de humanidade e bondade em meio a tanta barbaridade.
Fonte: http://historiaonline.com.br/2012/12/24/o-natal-na-batalha-do-somme-1914/

terça-feira, 15 de setembro de 2015

QUANDO DOIS GÊNIOS SE ENCONTRAM

Numa conversa entre dois gênios, Chaplin disse a Albert Einstein:
-Eu sou famoso porque não falo nada e todo mundo me entende, já você Einstein é famoso porque fala muito e ninguém entende. :):)

THE WALKING DEAD

Robert Kirkman não criou um mundo irreal em sua obra, muito pelo contrário, existe muito The Walking Dead por ai. Ah, não falei quem é Robert Kirkman? Ele é o criador do The Walking Dead, inicialmente quadrinhos e agora seriado.
E o que é o The Walking Dead? Um mundo pós apocalíptico onde zumbis e humanos lutam entre si. No seriado os próprios humanos se exterminam, e não é assim na vida real? Somos a única espécie que mata por puro prazer e para impor medo.
E quanto aos zumbis? Você não conhece nenhum morto vivo? Eu conheço vários, eu mesmo já fui um, mas ressuscitei das cinzas e da praga zumbi. Vou lhes falar algo com toda franqueza desse mundo, nada, absolutamente nada, pode garantir que amanhã teremos novamente um sol, e ar para respirar, então busque viver o hoje de forma responsável, mas intensa.
Venha viver o agora, aproveitar o agora, carpe diem! Antes que a praga zumbi lhe infecte também.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

sábado, 12 de setembro de 2015

FLORES EM VELÓRIOS

São tempos modernos,
Mas, ainda uso um caderno,
Papel, caneta, lápis e a rede social,
Diferenciando o real do virtual.
Online ou Off, a arte me usa,
Mesmo resfriado me faz suar a blusa.
Não, não mudei de clube,
Sou a voz poética que surge,
Em meio às desavenças,
Intolerâncias, falsas crenças.
Num mundo capitalizado e indigesto,
Onde você odeia pessoas e ama objetos.
O tênis no seu pé pode valer mil reais,
Mas, não te trará nem em sonhos a paz,
Estuprada e enterrada,
Por nosso egoísmo e armas.
Quando seu ente morrer,
Você vai entender,
A falta que fez os míseros segundos de bate papo,
Sorrisos e abraços.
Aprendemos na derrota ou na morte,
Perdidos em busca de um norte.
Por que as lágrimas que molham a tela do celular,
Não fazem o tempo voltar,
Resgatar quem partiu,
Almas que brilham no céu anil.
Você diz diariamente foda-se!
Mas, nunca ame-se!
Valorize a riqueza que nem o diabo te rouba,
O dom das gargalhadas e prosas,
Um beijo na testa, na boca, no coração,
Um abraço, um aperto de mão.
Gestos simples, porém eficazes,
No deserto do ódio são oásis,
Não valorize só depois que perder,
A derrota está sorrindo pra você,
Jogue flores no túmulo do ódio,
Não flores em velórios.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

MINHA CORRENTE SANGUÍNEA É POESIA

Ecoa no ar,
O verso à cantar,
Decassílabo não!
Do coração, então!
Em prol da plebe, united, rebelde, nordeste!
Corre nas veias tipo o rio Amazonas,
Minha corrente sanguínea é poesia que encanta!
Minha riqueza é banhar-me nas cachoeiras,
Minha caneta é fiel escudeira,
Só pra falar,
Como Zé Ramalho a cantar,
Vida de gado Brasil
Disparada eclodiu.
"Na boiada já fui boi,
Mas, um dia me montei,
Virei poeta e cantei,
O universo do meu coração,
Paz, amor, liberdade e união!"
Alberto Ativista, escritor e poeta.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

BEM-VINDOS AO ESPETÁCULO

Hoje ao acordar, fazia uma leitura sobre a origem do ser humano. Na casa ao lado tocava forró, mas confesso que eu gostei mesmo foi do bem-te-vi que ecoou um canto próximo de mim.
A natureza também tem seus paredões e batidões, suas aparelhagens naturais de sons. Não só dos pássaros, mas dos rios, trovões, ventos, etc.
Já sentiu aquela brisa gelada cortando o rosto logo pela manhã? Quando criança costumava levantar cedo, subia um muro próximo de casa, e sentado via o sol nascer, e aquela brisa que cortava o rosto, também fazia aqueles pequeninos matinhos verdejantes bailarem à minha vista.
Não, eu não sou hippie. Sou um cidadão comum, de uma sociedade moderna, cercado por tecnologias, mas que ainda tem a sensibilidade de apreciar o espetáculo que nem Shakespeare faria tão magnificamente.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

MUCHAS GRACIAS MADRE

Obrigado mãe natureza por tudo, não necessariamente pela vida, já que a vida no mundo capitalista de bela não tem nada.
Obrigado por outras coisas. Pela água de coco que acabei de beber, uma delícia, e a polpa então, molinha e agradável ao paladar, ainda mais nesse calor. Tu me destes o coco gratuitamente, e nem preciso agoar, o coqueiro sozinho busca sua água, magnífico, ainda mais em tempos de seca. Por falar em seca mãe, obrigado pela caatinga, mas que mata magnífica, seca após seca, e a caatinga nunca morre, basta uma gota de chuva para tudo enverdecer novamente.
Obrigado pelo vento suave em dias de calor, meu ventilador natural. Obrigado pelas chuvas nas quais me banho, corro pelas ruas, até granizo na cabeça já tomei. Obrigado pelas pernas, em tempos de motos, carros e aviões, as pernas ainda são meu transporte predileto, cortando o vento em meio às corridas diárias.
Obrigado também mãe natureza pelo espinho que perfurou os cariocas na guerra de Canudos, aí como me divirto só em lembrar!
Obrigado pela pimenta de cheiro, pela coronha, pelas bananeiras, pelo mastruz, pela berinjela, pela cidreira, pela canela, pelo algodão, pelo urucum, todos tu colocastes no meu quintal.
Obrigado pelo dom da escrita, da percepção, e dos valores que tu me ensinastes ao longo do meu caminhar. Obrigado pelas cicatrizes que me fortificaram desde a década de 80.
Sei que o meteoro está atrasado, sei que não merecemos este planeta, por isso agradeço sua benevolência. Muchas Gracias madre.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

ESSENCIALMENTE POETA

Me perguntaram:
-Já sei que você é poeta, mas nas horas vagas o que você faz?
Respondi:
-Nas horas vagas também sou poeta. Ser poeta não é trabalhar 8 horas por dia, é dormir e acordar sendo poeta. Por isso faculdade nenhuma lhe ensinará a arte da poesia, pois ser poeta é que nem ser pai ou mãe, o tempo é integral.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

DEFICIENTE Parte 02

Outro dia eu lia sobre Stephen Hawking algo que dizia assim "Este eficiente físico é um deficiente físico. Stephen Hawking ganhou notoriedade mundial pela sua eficiência como físico, e não pela sua deficiência física. Ele é reconhecido por ocupar a cadeira de Newton, em Cambridge, e não por ocupar uma cadeira de rodas".
Bela definição não? A deficiência que mais enfraquece o ser humano é a deficiência de caráter. Tecer sonhos é algo magnífico, que um deficiente físico pode muito bem tecer, já um deficiente de caráter está condenado a tecer pesadelos.
Estamos falando de uma humanidade falida, trapaceira, suja, mas como toda regra há sua exceção, temos por aqui e por ali, homens e mulheres tecendo sonhos, mesmo atacados(as) por aqueles que tecem pesadelos e preconceitos.
Como numa frase que diz "Sonhar é viver", e todos são aptos a sonhar, porque uma deficiência física não limita sonhos, nem predefine um fracasso.
Alberto Ativista, escritor e poeta.