sábado, 18 de junho de 2016

A CIGARRA E A FORMIGA (Versão Alberto Ativista)

Dizem que sou vagabunda por não trabalhar,
Mas eu trabalho, meu trabalho é cantar.
Poetizar a vida diariamente,
Que nem Renato Russo, entende?
Ou você vai dizer que Zé Ramalho é vagabundo?
Que Stevie Wonder não contribuiu para um mundo,
Melhor, bem melhor,
O que dirá então de Belchior?
Faço parte da sinfonia natural,
Que nem Beethoven fez igual.
Azulão, papa-arroz, papa-capim e bem- te- vi,
E eu aqui a contribuir.
Rasgo o cântico em eterna beleza,
Nos palcos e galhos da natureza.
Trabalho suado,
Não remunerado,
Porém, estiloso e sem igual,
Virtuoso e original.
Minha amiga formiga trabalha arduamente,
Cortando folha persistente,
Mas, minha voz lhe dá energia,
Para trabalhar por mais um dia.
A formiga corta a folha porque é o seu sustento,
A cigarra canta porque é seu alimento.
Se a arte imita a vida, e a vida imita a arte meu caro,
A formiga e a cigarra dão show no mesmo espetáculo.
Alberto Ativista, escritor e poeta.