quinta-feira, 25 de junho de 2015

APENAS MAIS UM ROSTO BONITO

Só agora percebi o quanto fui superficial,
Deitado, sangrando, estado terminal.
Ela era linda por fora,
Cabelos loiros, longos, Europa,
Olhos verdes da cor do mar,
Quem não iria se apaixonar?
Esbelta, caliente,
Charmosa, onipotente.
Me seduziu, me enlouqueceu,
Víbora, serpente, o burro foi eu,
Que não percebi sua trama infernal,
Naquela noite de natal,
A convidei para a ceia,
Peru, vinho e cerveja.
Fingia que bebia,
Eu cego não via.
Bastou me embriagar maldita,
Roubou as chaves em cima da mobília,
Deu o sinal pros comparsas,
Entraram armados de revólver e faca.
O primeiro tiro foi na perna,
Um corte a faca na testa,
"Cadê o cofre porra!"
Gritava aquela cachorra.
Os dois que estavam com ela riam sarcasticamente,
Não aguentei a tortura friamente,
Entreguei o cofre e o segredo,
Após cortarem meu dedo.
Ali, baleado, sangrando no chão,
Observava-os em gargalhadas,
Bebendo ali na sala,
Mas, eu tinha um último trunfo em mente,
O 38 escondido logo ali na frente,
Na gaveta, abri de repente,
Eles comemoravam antecipadamente,
Abri fogo, três caíram no chão,
Mortos sem reação,
Já sem forças, perdendo muito sangue,
Cai logo adiante,
Pensando o quanto fui tolo,
Bem sucedido, escolhi a mulher pelo rosto,
A estética foi meu ponto crucial,
Morto em pleno natal.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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