quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

NÃO - CIDADÃO

Acorda vagabundo!
Mais uma vez ouvi,
O dono da mercearia,
Pedindo para eu sair.

Acordo e te apresento o mundo dos sem nação,
Mendigando arroz, feijão e um prato de atenção!
No país da extrema exclusão,
Onde tacam fogo em mendigo no chão!
O atentado de Paris fez me por no lugar,
Não das vítimas, mas dos terroristas!
Me imaginei arquitetando um atentado,
Contra jornal que só explora meu caso!
Faz a matéria digna de prêmio,
Eu continuo na rua, sofrendo!
Os sumérios criaram escrita e cerveja,
O Brasil criou a ditadura do capeta!
Que desmembra os não-cidadãos,
Cuspe na cara, tapa, palavrão!
As infrações no trânsito geraram 11 milhões no Ceará,
Mas, não existe via expressa para mendigo andar!
Atropelam na rua, na calçada
Atropelam e ainda dão risada!
Do que adianta o restaurante popular,
Se me falta moeda para ingressar!
Você que passa na rua e tem nojo de mim,
É o mesmo que depois reclama de uma vida ruim!
Vai no Castelão vibrar pelo time do coração,
Eu na rua mendigando uma dose da sua atenção!
Sou a escória esquecida da pátria de chuteiras,
Ó pátria amada, idolatrada, de tamanha grandeza!
Vos apresento o Brasil dos esquecidos,
Com nome e sobrenome de mendigo!
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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