segunda-feira, 3 de agosto de 2015

MORTE AO PRECONCEITO

Olhando o sangue escorrendo no chão,
Furos nos braços e nas mãos,
Como fui tolo ao acreditar,
Na superioridade ariana, nazista.
Eu espanquei muitos negros, gays e nordestinos,
Só rancor no íntimo,
Um soldado neonazista,
Hitlerista, filosofia maldita.
Pai, mãe, irmãos e tios brancos,
A suástica como um manto,
Que me guiou até aqui,
Mal imaginaria que seria meu próprio fim.
SS, gestapo, eu era igual,
Brutalmente igual.
Até que um dia em viagem pela Europa,
Conheci um grupo com ideologia e uma proposta,
Uns encontros para disseminar o ideário nazista,
Era domingo meio dia,
Estávamos reunidos e cada qual falava de si mesmo,
Origem, ideal e desejos.
Na minha vez ao expor que era do Brasil,
A ideologia caiu,
Olhares de condenação, desumanos,
E a frase "não aceitamos latino americanos".
Fiquei pasmo, mas meus irmãos,
Somos da mesma causa e razão!
Foi inútil, facadas pelas costas,
Irmandade não existe nessa hora,
Que o preconceito é a demanda,
Fui como uma peça num jogo de damas,
Descartável, jogado fora,
Só agora percebi a burrice de outrora.
Segui um ideal cego, surdo, e lunático,
Agora nos meus últimos rastros,
De sangue pelo chão,
Peço a Deus meu último perdão.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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