quarta-feira, 16 de setembro de 2015

NATAL EM GUERRA 1.914

Hoje compartilho com vocês este post do site História Online, que aliás recomendo não só o site, mas o canal do YouTube.
O Natal na batalha do Somme, 1914. Publicado por Daniel
Senhores, um curto post apenas para marcar a data com um fato incrível sob todos os aspectos. A Primeira Guerra Mundial é conhecida como uma guerra que mudou a mentalidade europeia e que enterrou ilusões sobre a superioridade do continente, que enterrou a belle époque. Foi um conflito travado ainda coma mentalidade do séc. XIX, em que se acreditava em conflitos rápidos e pouco sangrentos, definidos em campos de batalha e não afetando civis. O que se viu, no entanto, não foi nada disso. O avanço tecnológico, as metralhadoras, a artilharia pesada e tantas outras inovações transformaram uma guerra que devia ser ágil em uma guerra de trincheiras. Nas trincheiras, vivia-se em meio à lama, aos ratos e doenças, e sob o estresse causado por bombardeios que poderiam durar, em casos absurdos, uma semana seguida. Quando o silêncio se impunha, ficava o medo, a sensação de que um ataque estava a caminho. De início, toda essa selvageria assustou os próprios soldados. E eis que, na noite de 24 de dezembro de 1914, um fato extraordinário ocorre entre as linhas inglesas e alemãs em Ypres, na Bélgica. Ao longo das linhas alemãs, árvores de Natal de repente surgiram, já decoradas, para comemorar a data, pinheiros com velas acessas em seus galhos. Pouco depois era possível ouvir o som das vozes dos soldados alemães cantando. Os soldados aliados passaram também a cantar e, não se sabe bem como, alguém criou coragem e saiu de sua trincheira. Ocorreu então o incrível: nenhum tiro foi disparado e, aos poucos, alguns soldados mais ousados seguiram o exemplo e passaram a ocupar a terra-de-ninguém, o espaço de morticínio que dividia as linhas inimigas no dia-a-dia da guerra. A noite transcorreu com algumas conversas e felicitações. No dia seguinte, 25, o Natal foi comemorado plenamente, com soldados visitando as trincheiras inimigas e trocando presentes dentro do possível (tabaco, em muitos casos). Há relatos também de partidas de futebol. O alto oficialato logo ficou preocupado com o que isso poderia significar em relação à disciplina e à consciência, entre os soldados, de que eles, de baixas patentes, eram muito mais parecidos do que diferentes e travavam uma guerra que não era sua. No dia 26 tudo voltou ao normal, os tiros prosseguiram e a guerra se arrastou por mais quase 4 anos. Mas, por uma noite e um dia, ainda no começo do conflito, os soldados recusaram a lógica assassina do conflito e preferiram celebrar em conjunto. Dá muito o que pensar, seja você religioso ou não, a respeito de como o ser humano pode ir de um extremo a outro em muito pouco tempo, e sobre como somos capazes, às vezes, de gestos de humanidade e bondade em meio a tanta barbaridade.
Fonte: http://historiaonline.com.br/2012/12/24/o-natal-na-batalha-do-somme-1914/

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