sábado, 12 de setembro de 2015

FLORES EM VELÓRIOS

São tempos modernos,
Mas, ainda uso um caderno,
Papel, caneta, lápis e a rede social,
Diferenciando o real do virtual.
Online ou Off, a arte me usa,
Mesmo resfriado me faz suar a blusa.
Não, não mudei de clube,
Sou a voz poética que surge,
Em meio às desavenças,
Intolerâncias, falsas crenças.
Num mundo capitalizado e indigesto,
Onde você odeia pessoas e ama objetos.
O tênis no seu pé pode valer mil reais,
Mas, não te trará nem em sonhos a paz,
Estuprada e enterrada,
Por nosso egoísmo e armas.
Quando seu ente morrer,
Você vai entender,
A falta que fez os míseros segundos de bate papo,
Sorrisos e abraços.
Aprendemos na derrota ou na morte,
Perdidos em busca de um norte.
Por que as lágrimas que molham a tela do celular,
Não fazem o tempo voltar,
Resgatar quem partiu,
Almas que brilham no céu anil.
Você diz diariamente foda-se!
Mas, nunca ame-se!
Valorize a riqueza que nem o diabo te rouba,
O dom das gargalhadas e prosas,
Um beijo na testa, na boca, no coração,
Um abraço, um aperto de mão.
Gestos simples, porém eficazes,
No deserto do ódio são oásis,
Não valorize só depois que perder,
A derrota está sorrindo pra você,
Jogue flores no túmulo do ódio,
Não flores em velórios.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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