quarta-feira, 2 de setembro de 2015

MUCHAS GRACIAS MADRE

Obrigado mãe natureza por tudo, não necessariamente pela vida, já que a vida no mundo capitalista de bela não tem nada.
Obrigado por outras coisas. Pela água de coco que acabei de beber, uma delícia, e a polpa então, molinha e agradável ao paladar, ainda mais nesse calor. Tu me destes o coco gratuitamente, e nem preciso agoar, o coqueiro sozinho busca sua água, magnífico, ainda mais em tempos de seca. Por falar em seca mãe, obrigado pela caatinga, mas que mata magnífica, seca após seca, e a caatinga nunca morre, basta uma gota de chuva para tudo enverdecer novamente.
Obrigado pelo vento suave em dias de calor, meu ventilador natural. Obrigado pelas chuvas nas quais me banho, corro pelas ruas, até granizo na cabeça já tomei. Obrigado pelas pernas, em tempos de motos, carros e aviões, as pernas ainda são meu transporte predileto, cortando o vento em meio às corridas diárias.
Obrigado também mãe natureza pelo espinho que perfurou os cariocas na guerra de Canudos, aí como me divirto só em lembrar!
Obrigado pela pimenta de cheiro, pela coronha, pelas bananeiras, pelo mastruz, pela berinjela, pela cidreira, pela canela, pelo algodão, pelo urucum, todos tu colocastes no meu quintal.
Obrigado pelo dom da escrita, da percepção, e dos valores que tu me ensinastes ao longo do meu caminhar. Obrigado pelas cicatrizes que me fortificaram desde a década de 80.
Sei que o meteoro está atrasado, sei que não merecemos este planeta, por isso agradeço sua benevolência. Muchas Gracias madre.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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