quinta-feira, 26 de março de 2015

VÍRUS POÉTICO

Intro: Eu sempre fui um revoltoso, não desses que pegam numa arma e agem inconsequentemente, mas desses que não aceitam uma condição desfavorável, sabendo que é capaz de atingir novos horizontes. Eu escrevo a guerra, mas busco a paz, eu falo de ódio, mas sonho com o amor. Eu choro
porque sou ser humano, eu suporto
porque sou guerreiro. Sou pensador de esquerda, não por ser comunista, porque o único comunismo que prego é o de Cristo, embora eu ache que Karl Marx tenha toda razão, mas por ser
diferente, anormal, louco, um "louco consciente". Vivo como um enfermo, escrevo como um enfermo, por isso não aconselho minha poesia aos sãos.

Pode falar, expor meus defeitos
Terceirizar meus pensamentos.
Que a poesia não para
Sou a vingança da Senzala
Ressurreição de Palmares
Vírus espalhado pelos ares.
Sou o alfabeto pro analfabeto
Pro burguês um prato indigesto.
Morri várias vezes
Ressuscitei porque sou Fênix.
Sou o custo-benefício do pobre
Para a classe dominante cirrose
Abri uma microempresa
A qualificação que exijo
É papel e caneta.
Que chegue no Reino Unido
Que no país dos aflitos
A revolução não é um mito.
Sou má circulação com varizes
Para quem pela leitura não tem
apetite.
Sou o livro não comprado
Sou o artista não valorizado
Sou estudante não diplomado
Sou metralhadora alvejando o Senado.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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