segunda-feira, 27 de outubro de 2014

PÃO E CIRCO

Sonhando acordado,
É assim o pobre desolado,
Pensando em dias melhores,
Sem solidão,
Só paz e união.
Mas quando esse pobre homem acorda,
Chora e chora...
Seu sonho não vai se realizar,
Vira às costas e aguenta a chibata,
Que dilacera a alma,
Um duro carma.
Num mundo que sobrevive massacrando alguém,
O burguês feliz com notas de cem,
Rouba sua vida através da mais-valia,
Da industrialização vadia,
Da terra roubada e prostituída,
Das leis que só o beneficia.
Tudo isso gera revolta, sangue, terror,
Pavor que amedronta quem possui o titulo de doutor.
Mas massacra o humilde também,
Tento enxergar além,
Por trás do horizonte,
Por cima dos montes.
Mas não vejo um único vestígio de esperança.
Cadê a mudança?
Cadê os dias melhores?
Felicidade é só para o nobre,
Que vê a vida do seu iate,
Que nunca viveu em meio aos
massacres.
Sociedade romana do pão e circo,
Brasil do povo iludido,
Pelo futebol, carnaval
Libertadores, brasileirão, mundial.
Sorrisos em meio a guerra é insano,
É cruel, desumano.
Você vive para trabalhar, não trabalha para viver,
Velho vai apodrecer.
Porque o sistema não perdoa,
Usou sua força,
Sua vida inteira,
Terceira idade é jogada na lixeira.
Alberto Ativista, escritor e poeta.

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